A partir dos seis meses de idade pode ser feita a introdução alimentar, quando outros alimentos complementam o leite materno, para um
desenvolvimento e crescimento infantil adequado. O cardápio deve priorizar a variedade, com itens de cada grupo alimentar – construtores (carnes, leguminosas e outras fontes proteicas), energéticos (cereais, tubérculos, raízes, pães, massas e gorduras) e reguladores (frutas e verduras), e pode seguir os hábitos alimentares da família.
A forma de oferecer os alimentos varia e, por vezes, poderão ser amassados ou raspados e oferecidos com colher.
Outra opção é arrumar a mesa e reunir a família para o momento da refeição, onde o bebê pode ser colocado no cadeirão, e servir a ele alimentos em porções e formatos que a criança consiga pegar com as mãos e levar sozinha à boca, sempre com a supervisão dos adultos. Uma relação lúdica e prazerosa com a comida, estimulando a coordenação motora, a convivência familiar, a autonomia da criança, e a descoberta das cores, formas, sabores e texturas dos alimentos.
Talvez ela até brinque mais com a comida do que coma, mas é importante respeitar o tempo da criança, sem ameaças ou recompensas, e
apresentar o mesmo alimento várias vezes, mantendo um espaço de tempo entre as ofertas.
Além dos alimentos sólidos, é necessário introduzir na rotina da criança o consumo de água, oferecendo várias vezes ao dia e longe dos momentos das refeições para não interferir na nutrição e aceitação da comida.
Aliás, quando falamos sobre “comida” envolvemos aspectos históricos, culturais e afetivos. Por isso, além da sua dimensão biológica, a alimentação deve ser compreendida como ato social e cultural, gerador de simbologias. A alimentação é um dos primeiros contatos com a cultura e os primeiros aprendizados alimentares e algumas das formas sociais aprendidas através dele podem permanecer para sempre.
Envolva sua família no preparo das refeições. Cozinhar é um ato de amor! Os momentos de preparo e de consumo da comida são oportunidades de confraternizar, saborear com prazer a comida e a companhia, dividir boas emoções, e construir memórias afetivas.
Por Camila Moreira Bácsfalusi - Nutricionista Comportamental - CRN 10 5893